é preciso cuidar do invisível
do insensível aos amigos
à família
aos deuses
é preciso guardar o ofensivo
ainda que a ele infenso
mesmo que dele enfermo
que por ele constrangido
que a ele adverso
pois é no diverso
no contrapeso do que é útil
que sustenta o nosso frágil relicário
e resiste a sempre fina luz
da nossa impossível dança
que rejeita a festa
que enfeita a vida
no vento das solidões
é preciso deitar na água
é preciso desaprender a andar
é preciso captar a essência
anterior a si
mas que ainda vibra no gesto sem cálculo
na desordem suave
de um banho de mar
é preciso cuidar, enfim, do ignorado
mantê-lo dançando em salões vazios
sob a chuva fina por detrás dos olhos
por detrás da alma
nos campos brancos de nosso mais íntimo
sertão
04/11/25
Este blogue se destina ao uso artístico da linguagem e a quaisquer comentários e reflexões sobre esta que é a maior necessidade humana: a comunicação. Sejam todos bem-vindos, participantes ou apenas curiosos (a curiosidade e a necessidade são os principais geradores da evolução). A casa está aberta.
terça-feira, 4 de novembro de 2025
CAMPO BRANCO
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