Foto: Talita Laila (clique na imagem para ampliá-la)
Sou como o veio trincado do vidro
Refrato fractais solares
E o prata oscilante das luzes dos postes
Mas sou também o registro
Da pedrada malsucedida
Sou a dor gravada a golpe
Do que nunca mais será inteiro
Passa por mim, embora até lisérgica,
A impressão iluminada do mundo lá de fora
Em rápidos relâmpagos policromáticos e indiferentes
Indistintamente os mesmos para todas as coisas
Que, por meio deles e através de mim,
Reverberam
Só fica o movimento
O rápido cambiar de luzes
Que, em vez das coisas que vejo,
Revelam a mim, inteiriço e espedaçado.
22/06/19