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sábado, 22 de junho de 2019

METRÔ

Foto: Talita Laila (clique na imagem para ampliá-la)

Sou como o veio trincado do vidro
Refrato fractais solares
E o prata oscilante das luzes dos postes

Mas sou também o registro
Da pedrada malsucedida
Sou a dor gravada a golpe
Do que nunca mais será inteiro

Passa por mim, embora até lisérgica,
A impressão iluminada do mundo lá de fora
Em rápidos relâmpagos policromáticos e indiferentes
Indistintamente os mesmos para todas as coisas
Que, por meio deles e através de mim,
Reverberam

Só fica o movimento
O rápido cambiar de luzes
Que, em vez das coisas que vejo,
Revelam a mim, inteiriço e espedaçado.

22/06/19