Casa de Saúde São Gerardo, na Av. Bezerra de Menezes, em Fortaleza-CE (Arquivo Nirez - aprox. 1949).
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o vendedor de peixes passava com enfieiras de porta em porta;
o leiteiro, o verdureiro, o galego, o vendedor de vassouras,
todos eles trançavam os caminhos do bairro,
costurando o cotidiano.
havia um poço em meu quintal,
e era minha grande responsabilidade
fazer a manutenção da bomba d'água,
e ligar, e desligar diariamente,
e isso me fazia importante.
a rua era de pedras calçadas.
passavam poucos carros,
mas bastantes carroças e alguns cavalos,
e o som da rua me dava a impressão
de que a rua era viva,
e as casas, e nós todos
tínhamos uma vida a ver
uns com os outros.
Dona Edmilsa, pequeníssima, de sorriso bom,
puxava a arrumação de cadeiras e senhoras na calçada
ali pelas sete horas da noite,
e assim nos espalhávamos em pequenos apinhados de gente:
as crianças, os jovens, os adultos, as quengas, os bêbados, os maconheiros,
os vendedores de algodão-doce,
os compradores de garrafas vazias e metais velhos,
todos vivendo por dentro e por fora
o que ainda não sabíamos valer tanto a pena.
26/12/25

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