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(Poeminho um pouco inspirado em “O grande passeio”, de Clarice Lispector.)
a tardinha ensombra a estrada
tudo o que fica, passa apressado:
a caatinga, as cercas do estado,
as gentes e seus Interiores,
mas as palavras desertoras,
queixosas no silêncio das frases imaterializadas,
essas viajam
passageiras de mim, assombradas
no rumo do mar
as paixões e o adeus,
a biografia,
as notas finais,
as orações,
são poeiras sem levante
das estradas que sequer existem,
mas cruzei,
e vão comigo
na matéria somente imaginada
que é o meu espírito
que longe é a praia!,
em que pese ela ser
este assento de ônibus
donde tudo se vê tão claro
e de onde tudo é tão bonito
15/12/25

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