Pedra de quartzo rosa coletada de um canteiro central de Fortaleza.
(Clique na imagem para ampliá-la.)
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não é meu o corpo
de que sou sombra,
tampouco o chão
onde me deito
o é
esta tarde, este sol
e este equador evaporante
me carregam pelas calçadas,
por entre os carros
e por debaixo das portas:
folha e pó,
que o vento esquece por aí
em algum de seus quarenta graus
fico, me greto
nas falhas dos rodapés
me varrem,
e assim faço parte
das casas que visito
o que é meu
são o caminho para,
o espaço entre,
a divisão de
e a distância a
isso de ter de ser
é como dar nome a bicho,
a planta, a vento:
desculpa a vida
aceito o acidente de ser
apesar do corpo,
apesar das roupas
e dos bons-dias
e, apesar de todo o adeus
que me acompanha,
saúdo desconhecidos,
trabalho a palavra,
frequento hostilidades,
cato seixos de quartzo e mica,
búzios e refugos abandonados
por mudanças alheias
e me muno de luz e som
por toda parte
todo o tempo
ser por um acaso
e, por várias vezes,
deixar de ser
acabam por doer intenso,
mais que viver
propositalmente,
porém é daí que tiro
voz, palavra e silêncio,
e todo o pouco que sou
— sem corpo, sem chão,
sem nome —,
simplesmente, acontece
17/05/25
de que sou sombra,
tampouco o chão
onde me deito
o é
esta tarde, este sol
e este equador evaporante
me carregam pelas calçadas,
por entre os carros
e por debaixo das portas:
folha e pó,
que o vento esquece por aí
em algum de seus quarenta graus
fico, me greto
nas falhas dos rodapés
me varrem,
e assim faço parte
das casas que visito
o que é meu
são o caminho para,
o espaço entre,
a divisão de
e a distância a
isso de ter de ser
é como dar nome a bicho,
a planta, a vento:
desculpa a vida
aceito o acidente de ser
apesar do corpo,
apesar das roupas
e dos bons-dias
e, apesar de todo o adeus
que me acompanha,
saúdo desconhecidos,
trabalho a palavra,
frequento hostilidades,
cato seixos de quartzo e mica,
búzios e refugos abandonados
por mudanças alheias
e me muno de luz e som
por toda parte
todo o tempo
ser por um acaso
e, por várias vezes,
deixar de ser
acabam por doer intenso,
mais que viver
propositalmente,
porém é daí que tiro
voz, palavra e silêncio,
e todo o pouco que sou
— sem corpo, sem chão,
sem nome —,
simplesmente, acontece
17/05/25
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