Alexandre Cabanel - The Birth of Venus (1864)
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não posso aceitar beleza
que não faça sofrer.
ser belo é ser,
nos olhos dos outros,
a angústia da miséria do corpo
e a mendicância do amor.
eis que a fome,
até então incógnita, sem prenúncio,
crava os dentes na traqueia
e surra o baixo-ventre,
socando a boca do estômago:
é lá que passa a beleza
no vento maldito das saias.
beleza que não faz sofrer
é faca cega
passando margarina em pão seco
numa tarde faminta de banquetes.
25/09/20
2 comentários:
Eu que não finjo espanto,
do tanto que vejo e,
fome passo de olhos
e dedos certeiros do amor.
Eu que não finjo espanto,
do tanto que vejo e,
fome passo de olhos
e dedos certeiros do amor.
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