(Poeminho linguisticoso e recalcado de fim)
A Gramática determina
que a saudade é valente
Palavra de substância, de um argumento só,
o qual, preposicionado por um de,
a complementa
Já eu digo
que valente sou eu,
cujo nome, avalente e intransitivo,
nada completa
E que o que foi, indiretamente, objetificado,
que jaza! entre os tantos nomes outros
que actam apenas semânticos
nas ruminâncias da memória
Saudade não tem objeto
Saudade não se mata
nem vira livro
Saudade se organiza entre os outros abstratos inúteis
no concreto dos neurônios mais velhos,
onde não há nenhuma sintaxe possível
de complementação
Ao final, é verbete apenas,
irremissível e estrutural
que a língua professa lacônica
e — por que não? —
saudosisticamente
07/11/23

Este blogue se destina ao uso artístico da linguagem e a quaisquer comentários e reflexões sobre esta que é a maior necessidade humana: a comunicação. Sejam todos bem-vindos, participantes ou apenas curiosos (a curiosidade e a necessidade são os principais geradores da evolução). A casa está aberta.
terça-feira, 7 de novembro de 2023
MORTE À VALÊNCIA DA SAUDADE
(Clique na imagem para vê-la no tamanho original e na legenda, para acessar a página de origem.)
Marcadores:
Esquecimento,
Gramática,
Humor,
Metalinguagem,
Metapoema,
Poema,
Poesia,
Saudade,
Sublimação
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Perfeita definição: não existe explicação para saudade 👏🏻
Postar um comentário