Não espero que me adormeça
— há aqui já noites suficientes.
Velo eu mesmo o cadáver do sonho,
fantasma de si mesmo, que hoje assombro.
— há aqui já noites suficientes.
Velo eu mesmo o cadáver do sonho,
fantasma de si mesmo, que hoje assombro.
Dentro das luzes, a mística persiste,
e me cego de excessos
até que me desapareça de vez
a carne da memória dele
no mundilhão de novidades.
O sono vem, ceifa o que resta,
e, todas as noites, vou desaprendendo a dormir.
Sou no mar o Sol que se pôs
antes da primeira aurora,
antes da Serpente,
antes de Deus.
Sou longe,
Mas estou onde sou.
Guardo apenas a distância,
que aprendi que sou eu.
A noite, esta, olha o esquife ao meu lado
e me diz que não há mais sonhos,
mas que o pesadelo acabou.
08/02/23
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