Perguntar a quem
escreve o porquê de escrever é doído. Não basta haver tanto o que se dizer
sobre tanta coisa… Aí, a pessoa argumenta que escrever não leva a nada, é
inócuo, inútil, que as engrenagens sociais sempre se movem pelos interesses da
minoria dominante. Treplico. Todo chef
sabe que, por maiores que sejam o requinte, a raridade e a frescura de seus
pratos, eles vão virar merda. Porém, o chef
é um artista. Um artista não faz arte para que a arte tenha um sentido além de
si. Isso é com os gourmets, que o
saberão com sua alma, sua língua e suas tripas. Um artista faz arte para que
ela dê sentido a ele mesmo. E ele a faz porque o sabe e porque o pode.
Uma crônica
existe não somente para que a leiam. Ou um poema, ou um romance. Eles existem
para que o autor coloque-se diante de si e dos outros, sem pele, sem escudos, a
fim tanto de que conheça a si próprio como de que outros se reconheçam nele. Escreve-se
porque a palavra une. Unidos, quem sabe, movamos alguma engrenagem…
07\02\14
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