O mar se faz presente como um trovão sem chuva.
O céu se desenha e se desdesenha e se redesenha em nuvens leves e escuras
— mantos de deuses meninos
embalados pelos galos apressados e pelos cães sempre expeditos.
Um trovão eterno, sem descanso.
Um tom mais forte e depois outro ainda mais
cobrindo a lagoa que, plácida,
dormita como uma tia
que recebeu bem as visitas queridas em sua vastidão de casa.
Até as estrelas dormem,
até a lua dorme.
Não fosse o mar
a arengar com os cães e com os galos
com seus resmungos de assuntagem,
o mundo inteiro pareceria dormir essa noite.
02/01/10
2 comentários:
Fernando,
Se...quase um Kipling.
bj
precisava de um momento assim, pra fazer dormir algumas coisas aqui dentro de mim....
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