a mão esquece
quem é que a traz ao pulso
esquece que tem braço
e este, que tem torso
e este, que é casa
que deve resistir a tudo
não pode a mão
seguir-se de uma oferta
um aperto, um entrelace
se são do corpo
a carne para o soco
e o rosto para a tapa
se é no corpo
o espírito que se imola
perdões
é necessário que existam
mas nunca em prejuízo
da dor
rasgada a tratores
na terra do corpo
sob a escusa de estradas
e vias públicas
no volante, a mão esquece
quem é o condutor
que fez do nascedouro
a incerteza da partida
e, da vida, a morte
entre tráfegos e engarrafamentos
a mão de nada sabe
das sentenças que assina
18/02/24
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