Como se não fora o mar meu velho vizinho.
Como se os horizontes espraiados na forte aurora
Não fossem esse sentimento de perda, de desassossego, de distância de tudo, aos poucos
— Como quando as coisas vão-se despedaçando,
E vai-se ficando só, intranquilo, no mormaço tranquilo do isolamento —,
Essa dor inexplicável do adeus sabido, mas não dito,
Essa certeza que armazena, e estipula, e relaciona, e destila, e faz a conta certa
Das vezes em que se sabe nos olhos o sorriso profundo, sincero,
Comparsa da vida.
Essa vida que nos mira tão pouco atentamente
E que se esvai aqui e ali
No desenlaçar de uma amizade, no alicerçar de um rancor,
No abandonar de um sonho…
Estive fora e longe do mar… Estive longe de tudo…
08/02/02
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