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essa demora, essa luz
suspensas e ubíquas
essa cegueira e essa roupa
que são feitas de tudo
existem!, e essa existência
não quer, não precisa,
não permite a participação
metais acesos e lentos
fulguram retorcidos
raios penetram pelas nesgas
rasgadas pelo breve tempo
a carne, mole, permanece
os ossos, tortos, espiralam
o espírito ordena:
nasce! nasce! nasce!,
em sussurros de prece
inauditos e afásicos
no oco da catedral
a forma se prepara
para a palavra que não existe
coisas sem nome
fogem das frases
que não as querem
mas a forma se prepara
se esquece
se esvazia
até se tornar só corpo
um corpo prestes
desde sempre à espera
da última palavra
que o definirá
13/03/24
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