não sei onde estátoda aquelapoesiaia.
agora as linhas não são mais que linhas meio que retas meio que fronteiriças meio que finíssimas espadasalinhadasno nada
e andar no fio da espadacomo fazia sem sentir a poesiasem medo do vermelho do sanguesem medo do melodrama novelescosem medonão dá mais
porque já não sei mais ondepor onde andao que édela
as palavras trapezistasperderam as sapatilhas
as trombetas matinaischamaram o corpo pro descanso do ofíciopor uma última vezque não sei quando foi
mas ficaram as linhas feito fios que se entramam em paralelas e parábolas tortasde poste em poste uma malha de gaiola suspensacomo uma roupa em que falta quase todo o tecido
e nessas linhas me movo, por baixo, ao largo, à margem delasmisturado a tudo, esquecido como tudo, vago, soturno, desespaçadopor aí
feito uma poesia que já não é mais.
10/10/2005
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