Número de sílabas (desde 11/2008)

counter

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O IMPOSSÍVEL CARINHO

De manhã na pele, sob as camadas
Intactas dos toques do mundo,
Quando as vias enredadas do sangue doce e férreo
Expandem-se ante pulsos descomprimidos, exortizações lentas
E encarrilamentos e descarrilamentos sincopados e preguiçosos,

Nessa manhã que raia epitelial, venal, capilar, sensorial,
Nessa manhã que geme felina nas células musculares,
Nessa manhã que se encaixa articular, óssea, glandular,
Nessa manhã que grita baixo, quase silente, suas castanhas untadas do grosso mel da vida, o mel que encrespa os olhos e inunda o sexo, e, com ele amalgamada, serve de cimento verde, azul e rosa para os primeiros pensamentos,

Nessa manhã de parto da terra,
Pensei em ti, em tuas mãos, em teus olhos e quadris,
Em tua concha recuada, em teus peitos de manga tímida e doce,
Em tua boca tão cheia de sorrisos e tão vazia de mim,

Pensei em ti toda
E em tua toda ausência e em tua toda presença
E em teu impossível carinho.

07/11/2007

Nenhum comentário: