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sábado, 7 de maio de 2022

E QUEM UM DIA IRÁ DIZER...?


“E quem um dia irá dizer…?” Quem diria que um filme que tinha tudo pra não passar de uma homenagem melosa ao Renato recheada de fan services da Legião pudesse ir tão além, e tão cinematograficamente honesto e delicado? “Eduardo e Mônica” me catou no primeiro “bom-dia”, que o ótimo Gabriel Leone (Eduardo) dá a um pôster de Malu Mader pregado na parede de seu quarto (o filme se passa em 1986, ano do lançamento da obra-prima “Dois”, disco do qual consta a música que o inspirou). Não há retoques nas atuações dos atores principais: Otávio Augusto (sempre carismático), Juliana Carneiro da Cunha e Victor Lamoglia (o “carinha do cursinho”) dão os suportes luxuosos aos arcos dramáticos individuais dos protagonistas. Alice Braga deu à Mônica uma maturidade e um conflito que fazem o paradoxo perfeito com a inocência e a aparente inexperiência do Eduardo de Gabriel Leone: aquela, não é nenhuma surpresa que seja excelente, porém consegue se reafirmar sempre; este cativa a gente da primeira à última fala (também pudera, o Eduardo da música — e esse, do filme — representa milhões de adolescentes oitentistas, e não há como quem tem mais de 40 não se identificar com esse cara). E esse mérito é dos dois atores e do diretor, René Sampaio, que pintou esse filme com a ajuda da fotografia ESPETACULAR de Gustavo Habda. O roteiro e o argumento de Matheus Souza são uma (aqui, sim!) verdadeira homenagem ao Renato e à minha geração (o cara colocou uma Caravan — o Renato possuía uma — como o carro da família da Mônica!). O filme é, enfim, uma delicadeza concretizada em imagem depois de 36 anos que sua história nos foi cantada e (insisto!) vai arrancar lágrimas de cada verdadeiro legionário. Assistam como se tivessem nascido em 1974 (ou antes) e se (re)apaixonem.

07/05/22



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