Este blogue se destina ao uso artístico da linguagem e a quaisquer comentários e reflexões sobre esta que é a maior necessidade humana: a comunicação. Sejam todos bem-vindos, participantes ou apenas curiosos (a curiosidade e a necessidade são os principais geradores da evolução). A casa está aberta.
domingo, 18 de setembro de 2011
IN TRUTINA
(À Alana Vívian Almeida Loiola, que sentiu estes versos junto comigo)
“Porém, escolho o que vejo,
E coloco meu pescoço sob o jugo;
Ao jugo suave, todavia, submeto-me.”
Amo os invisíveis, eu acho. De fato, aos olhos, somos todos invisíveis.
Assim, acho que só amo os substantivos abstratos…
Não pode ser contido nem imaginado, não tem ícone.
Sua imagética depende dos sentidos — o abstrato se sente.
Acho que amo a sensação do talvez…
Uma ária de Puccini, uma Carmem, onde, a forma que a contenha?
Onde, a planura de uma luz que se expande rubra por toda parte em que deito os olhos, ou mesmo os esguelho, à tua procura?
Onde, o descortinado passadiço de sentimentos ao lado do qual, à janela, espero-te passar cheia de mim nos passos, nas pegadas, nas sandálias, no suor amendoado?
Onde, tu?
Não há concretude no esperar-te, e o esperar-te é tudo, em toda parte.
E não o vejo. Percebo-o. Exatamente inconstante como é, e exato como és.
17/09/11
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Parece-me que no final das contas, tudo o que realmente amamos é invisível às vezes aos olhos, às vezes à vontade de enxergar.
acaba que a concretude das coisas é justamente a inconstância.
Postar um comentário