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quarta-feira, 4 de junho de 2014

IDADE


O meu medo é tudo isso se perder.
Tanta coisa se perde…
E não é esse perder de se achar depois, uma geração depois, até;
É esse perder de ter até a memória enterrada,
O nome, comido dos livros pelas traças da imbecilidade.
Eu tenho medo quando me sinto velho,
Porque, quando me sinto velho,
Sou irreconhecível em tudo que me cerca.
Ficar velho é ver, cara a cara, a perdição daquilo que se ama
E não nos ama mais
Porque mais não existe.
Ficamos sós — nós e as febres, ardendo na testa.

28/05/14

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