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domingo, 16 de dezembro de 2012

VÉIO


Ninguém sabe do fantasma da sombra do cajueiro morto
nem de que suas folhas bailaram
nem do travor que terrenou o céu de sua doçura.

Do cajueiro morto,
não se sabe da volatina das aves, também mortas
— de baladeira, ou de carcará, ou de cobra,
que bicho avoante não morre de Deus,
morre da mão, da garra e do dente.

Uma castanha, herança queimada do seco da vida,
jaz esquecida dos moleques do fogaréu:
ali, repousa a força das almas
vividas no oco daquela terra,
gente, bicho e flor, maturis negados pela estiagem
que é chão branco, chão onde tudo se esquece.

16/12/12

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