Ficou lá pelas quebrada
Mei da mata, oco do mundo
No moirão, mula arriada
Sem governo, o vagabundo
Que de si não tinha rumo
Nem no seu querer jornada
Que não fosse a esparramada
Água no poço sem fundo
Querer bem moça donzela
Tira do home a razão
Num sertão chei de janela
Curiando a sedução
Desatina o ser cristão
Esse mundão de tramela
Gera no peito uã procela
Põe na cela o coração
Sobrante a chama no esprito
Fria facada certeira
Fartante é a voz no grito
Que ecoa na caatingueira
Lamenta a voz verdadeira
Chora de vera o aflito
Traz no infinito o maldito
Ata na vista a cegueira
Vara o mundo a criatura
Vai de a pé ou cavaleiro
Sem sentir as rachadura
Dos gretado nos lajeiro
Sem comida nem dinheiro
Doente apartad' da cura
Que mora na fremosura
Daquele olhar feiticeiro
Vai vivendo o piligrino
A lonjura sem guarida
Cada légua, um desatino
Cada agrado, uma ferida
Leva a vida desvalida
De quem tem como destino
Ser besouro pequenino
Num jardim sem flor nem vida
Inda traz uma viola
Uã dolência em servidão
Que nos dedo desenrola
Esta desamoração
Vai no mei da multidão
De visage que lhe assola
E destrava o nó que esfola
A mola do coração
19/09/18
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