Rakotz Brücke, Alemanha
(Clique na imagem para ampliá-la)
Se eu tivesse todo o tempo de amar
E se amar me fosse dado,
Não amaria.
Amar não é pra quem tem tempo pra amar.
Amar é coisa tão marginal na vida
Que quem ama tem de roubar do seu tempo de vida
O tempo de amar
E sair metendo o pé na carreira
Com o coração pinotando de medo e euforia
E o ser amado debaixo do braço.
Amar não é pra gente limpinha de pezinho rosa
Nem pras clausuras dos cleros do Altíssimo.
Não amam quem nunca soube o que é chafurdar na lama
Da incompreensão e do ciúme
Nem os que simplesmente se entregam em voos suicidas.
Amar é não saber sequer o que é amar
E amar escondido, com medo de que alguém lhe diga
Que amar é outra coisa.
Amar não é outra coisa nem coisa nenhuma: é ponte entre nada e lugar nenhum
Sobre um rio de almas penadas.
29/12/15
Nenhum comentário:
Postar um comentário