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terça-feira, 2 de junho de 2015

CHEIRO

Cheiro de café e das manhãs em que fui feito
Cheiro de mato e de bosta de vaca
Cheiro de mar, cheiro de peixe
E do sargaço branco na pele
Cheiro de sol na pele
Cheiro de sabão e alvejante
Cheiro de flor de laranjeira (mas não qualquer, de outros quintais; a que nasceu todos os dias de sua vida por mim)
Cheiro de manga-rosa-espada-tamaracá, da honesta, porém mais, muito mais da roubada das freiras
Cheiro de jambo, de chuva, de reboco molhado
Cheiro de castanhola e de jasmim salvando o pátio dos eucaliptos
Cheiro de pano limpo
De casa limpa, de chão encerado, de pão
Cheiro de cheiro-verde, de chão, de horta
De baião e peixe frito
Cheiro de desenvelhecer os olhos
E de amanheceres

02\06\15

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