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domingo, 2 de novembro de 2014

LIVRAI-ME

Matej Kren - Idiom
Torre em espiral feita com livros abrigada na Biblioteca Municipal de Praga.
(Clique no nome do artista para ver mais sobre seu trabalho)

Eu, que me achava quixotesco,
Acabei me perdendo clariceano…
E, na multipessoa dividido,
Viniciei-me de não me epicurar
De toda essa gullarte cheia de bandeiras
À ribeira ubalda desse jorgeamado mar.

Colhi do povo a rosa drummondiana
E exuperyei-me na dos saaras
Das cobras e raposas escondidas.
Cheguei a rogar à ariana compadecida
Uma audiência com a moça caetana.
Vestida de sol, a onça suassuna
Deu-me a rosinha por que tanto esperara.

Caminhei pelo agreste das escolas normais
E aprendi das florípedes das fêmeas
Que as capitulinas normas lúcias
Das macabeias das terras anas
Diadorim-homem luzia, que as outras, mais.

Fui seco na vida graciliana
E andante nas saavedras,
Mas, por cem anos me gabo,
 
De buendías me arcadio,
Saramago-me lúcido

No ensaio que me engendra.

Bordejei a besta melvilleana
Qual um ulisses despenelopeado.
Embalei árvores unamúnicas,
E entalhei-lhes o nome ASSIS a machado.

Tudo vi e de tudo fui o tamanho,
Tendo por mim um tanto ficado
Num pequod errante engarrafado
Num’água bukowska e caeira,
Cheia de doçura quintana
E de uma elegante dor leminskeira,
Onde nado nonada
E onde, até hoje, guardo meus rebanhos.

02\11\14

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