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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

QUANDO A VIDA É MAIS BONITA

Há um cadáver lendo outro para um terceiro,
E este último ilude viver
A quem o vê e ouve,
Porque morte mesmo é ter o espírito surdo
Ou não, a ele, dar ouvidos.
Há mais que vida na vida de quem, assim, morre
Ou desfila sua morte,
Porque a vida sem isso é nada mais que estados profundos de distração de si mesmo,
Um coma esfuziante, uma catalepsia epilética.
Viver é mais bonito
Quando a morte bate à porta
E pede licença para dizer o quanto cansa quando as coisas terminam
Depois de já terem tido, há muito, um fim.

25\09\14

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