Manifestação em Fortaleza.
Apesar de o nome
deste blogue conter a palavra “silêncio”, tudo que está nele também cabe dentro
do “grito”.
Esta
segunda-feira marca um levante (discuta-se depois a gênese burguesa) da
população de, pelo menos, ONZE CAPITAIS contra a situação
político-econômico-sócio-cultural (poderia colocar inúmeros radicais aqui) em
que se encontra esta “Bruzundanga”.
Mais de DUZENTAS
MIL PESSOAS (de acordo com uma das reportagens menos vendidas da TV aberta)
foram à rua e gritaram que não aguentam mais serem feitas de palhaças pelos
gestores brasileiros. Pelo que qualquer um pode ver nas imagens que todos os telejornais
mostram, são MILHÕES.
De um lado, as PM
estaduais — seguindo determinações da FIFA (hein?) de não permitirem que as
pessoas se movimentem em suas próprias cidades em virtude de “não atrapalhar o
espetáculo” —, que atiram o que a lei permite nos manifestantes; de outro, uma
massa de novos brasileiros, alguns velhos, outros, muito velhos, molhados por
um copo que transbordou semana passada (por conta da resposta da PM de SP à manifestação contra o aumento das passagens de ônibus) com cenas que só foram vistas nas mesmas
proporções no período da ditadura militar da segunda metade do século passado.
As coisas estão mudando. As cadeias de TV tremem com a Comissão da Verdade e andam na corda-bamba estendida sobre o fosso atapetado de lanças agudas da internet. Novos (e dificílimos) discursos políticos de campanha terão de ser redigidos. O povo tem um espelho erguido por si mesmo diante de si.
A onda começou.