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sábado, 30 de março de 2013

DIORAMA



Luminosidade é uma palavra grande.
Não cabe ela na chama da vela?
Ou só nas estrelas de janela
dos poetas ela embande?

Contudo, o céu monossilábico
ditonga abertamente o espaço,
onde cabem a lua e o sol melgaço,
e as estrelas, com seu mântico.

Já o poeta não é grande nem pequeno,
mas seu verso, de tão heleno,
tremeluz assim no leito da flama
como espraia plêiades no céu moreno.

Irradiando o ardor alheio
na noite da pele da dama,
brota na terra do seio
o fogo da calorama

e faz nascer no chão do seu terreno,
onde, outrora, só reinava o sereno,
a luz, que, indecente, derrama
centelhas pelo olhar de diorama.

30/03/13

Um comentário:

Crisneive Silveira disse...

egoísta que sou, venho aqui só para me deleitar com esta poesia de sobrenome qualidade e vou-me, às vezes em silêncio, no estado absorto da contemplação sentimental.