Se todos os meus amigos soubessem o quanto são queridos
e o quanto o são mesmo a distância,
mesmo em silêncio, inclusive o silêncio de minha presença,
se todos soubessem o quanto os amo,
talvez amá-los perdesse um pouco do sentido,
talvez, desfeito o mistério da ignorância do amor,
este se apagasse um pouco, ou pouco a pouco,
até sumir-se.
Se todos soubessem tudo,
não haveria por que havê-lo.
Talvez sobrevivamos — ou talvez seja só eu —
no mistério do querer oculto,
esse desejo de ser ignoto em sentimentos
e de esconder-se em esquinas,
observando, de esguelhas, a beleza da vida
como a nudez proibida de uma mulher.
Gosto da vida como um voyeur: clandestinamente.
03/12/12
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