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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CADÊ?

O imperadorzinho querido do Ceará

Cadê os defensores do GOVERNADOR e da PREFEITA agora?
O que fazemos, senhores pseudointelectualoides defensores de partidos, quando não se pode sequer pegar um ônibus pra ir ao trabalho, ou melhor, o que fazemos QUANDO NÃO HÁ ÔNIBUS, POLÍCIA, BOMBEIROS, SAMU…?
É, meus caros, nesta primeira segunda-feira de 2012, sob um quadro de greve desses setores (ônibus entrarão amanhã), Fortaleza enfrenta um caos causado pela insegurança e pela desorganização de egos e de setores da sociedade.

Será tudo isso arranjado pela oposição, como ambas as esferas adoram apregoar (ué, mas eles não se opõem uma ao outro?)?
Cadê o SISTEMA VERDES MARES DE COMUNICAÇÃO (VENDIDO)? Fazendo de conta que coisas assim não acontecem na nossa oligarquia? Refiro-me a ele por ser praticamente da esfera do poder, como uma “secretaria”, porém… cadê os outros?
Mas, principalmente… CADÊ NÓS?
Professores entraram em greve contra um governo ditatorial, que comprou sindicato, imprensa, oposição, e enfiou goela abaixo suas determinações.
Não fizemos nada.
PM, bombeiros e SAMU entram em greve contra o mesmo governo, e a cidade entra em pânico, o caos se instaura, e o medo, também.
Continuamos não fazendo nada.
Nossa prefeita, amparada por uma baiana de cinco milhões de reais, grita sob vaias a um aterro ultrajado que nossa cidade é “bela”.
Persistimos em não fazer nada.
Não me lembro de termos ao mesmo tempo um governo estadual e um municipal tão indignos, tão corruptos e déspotas, TÃO ODIADOS.
CADÊ NÓS?

Em casa, com medo, refugiados nas redes sociais ou nas de varanda mesmo, assistindo à novela (tanto faz qual) ou nos indignando burguesamente diante de noticiários ainda mais castiços em seus empoleiramentos de “alto clero”, de “complacente, mas contrariada aristocracia”.
Estamos dentro de um estado de existência social tão vergonhoso que sequer disfarçamos mais nossas tentativas de fingir nossas PASSIVIDADE, CUMPLICIDADE e COAUTORIA.
Estamos aqui, tão mortos de vergonha que fedemos apodrecidos em nossa estagnação.
Os estudantes, cadê? “AH, QUE CHATO, NÃO POSSO NEM SAIR PRA NIGHT”.
Os professores, cadê? “NÃO VOU AJUDAR QUEM AJUDOU A BATER EM MIM”, respondem os do estado; os particulares, já faz tempo, não sabem mais como mobilizar os seus alunos pra qualquer que seja a causa social legítima (que ultrapasse gincanas e semanas culturais que valham nota no conceito), e, francamente, eu me pergunto se esse aluno “tableteado” entenderia o conceito de mobilização social.
Os trabalhadores, em geral, cadê? “NÃO É DA MINHA CONTA”, respondem em coro.
Resta isto, meus amigos: uma bela esfregada na nossa cara, uma surra sem pena, uma epifania (os intelectualoides vão adorar) de quem nós realmente somos.
Um espetáculo de nosso cinismo e de nossa tão patente condição de animais arrebanhados (por políticos, por pastores e afins, pela internet, pela TV, até mesmo, e principalmente, pela opinião de outrem, porque “é tão chato ter de pensar sobre isso…”).
É tão chato ter de pensar sobre isso, não é?
“Ah”, pensa talvez o jovem internauta, “vou já criar aqui uma montagem ‘fuderosa’ pra mostrar pra esses ‘felasdasputas’ minha indignação!”.
Ou, quem sabe, um texto? É… um texto é bem melhor, mas… pensar dá tanto trabalho…

02/01/12

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