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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UBI EST THESAURUS TUUS, IBI EST COR TUUM


Para quem sente, a verdade não interessa.
Caso se adéque, é apenas uma feliz, ainda que mera coincidência, que se esquece em dois tempos
— um, de perceber, e outro… de quê mesmo?
A verdade não se aplica, é reacionária, coisica fascistinha de merda.
Eu sinto, e tu, por quem sinto, sabes que vivo, e vivo porque sinto.
Que tem a verdade a verdadear sobre isso?
Dirá de mim morto? Dirá de ti sonho? Dirá de si Deus?
Deus não sabe dos homens, homens são de carne.
A Deus vão as almas, os descarnados fumos de Adão sob Seu dedo em riste.
A carne, esta, sim, morde-se, sangra-se, eviscera-se!
Arrebata-se fêmea aos anelos concupiscentes do macho
e, aos pés de ambos, conculca-se, desemaranha-se em fios macerados
para, depois, recoser-se em corpos novos de ardor real, de fúria e paz humanas.
A verdade não se fez para os homens, pelo menos não aos que têm sangue.
Se ela jaz com os mortos, em seus tutanos apodrecidos, isso é entre eles e Deus.
Eu estou vivo e sinto! Que verdade me desmentirá?

15/09/11

Um comentário:

Rebeca Xavier disse...

me fez lembrar um trecho da obscena senhora D: "Há lugar para a carne no teu coração, Senhor?"