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sábado, 14 de maio de 2011

POEMA DE ANIVERSÁRIO A SAMILA SOARES


A mim tu me disseste
que poeta não mais és,
que te voltaste ao leste
com um verso de viés
quando, a oeste, o poema
deita um sol de cinema
sobre o mar de teus papéis,
e um céu de pé quebrado
te jaz, crepusculado,
tua verve já sem méis.

Ao que eu te contesto,
pois, a mais, não presto,
que é da arte o teu pensar,
e é do poeta o olhar
que o mundo, em manifesto,
decompõe, pois mais não vê
que a beleza do mirar
é não mais do que um gesto,
um sestro, e diz, de resto,
ser o olhar que o mundo lê.

E assim, moça sestrosa,
de olhos de sorriso,
teu poema é a rosa
que, na greta, diviso
resplandecer pomposa
e murchar sem aviso,
e renascer formosa,
guardando no desvelo
botões ao teu cabelo
no momento preciso.

14/05/11

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