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sábado, 23 de abril de 2011

A IMORTALIDADE

(a Paulo Mosânio Teixeira Duarte, querido professor)

Disse Paulo:
“Que dia lindo! Bom para ficar fundido em abraço com alguém. Como é bom viver, mesmo não sendo algo geométrico, rsrs. Ah, se fôssemos imortais! Não digo eternos, porque pressupõe não passar tempo. Imortalidade bastaria. Mas será que não reclamaríamos da imortalidade? Somos, nós, seres humanos, tão contraditórios.”

A imortalidade que nos alcança não ultrapassa a certeza de um momento pleno de felicidade, que, por ser pleno, cheio de si em si, é eterno, é onipresente, é justificador da vida.
Ser imortal assim, vinicianamente (“que seja eterno enquanto dure”), é dizer à vida “apesar do teu tamanho, sou imensamente maior que tu, pois, dentro de ti, envolvo-te”.
Um momento no mar, um café, um abraço chuvoso, uma tarde entre AMIGOS, tudo são pequenas imortalidades, pequenas sobreposições de si ao tempo, instantes de glória inconsciente que, mais tarde, revolvidos com o atiçador da memória, viram novamente chama, e ardem, e nos aquecem em noites como a de ontem e tantas outras.
Ser imortal é não perceber a si quando se é feliz (nem à própria felicidade, caso contrário, a percepção nos torna de novo mortais).

23/04/11

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