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terça-feira, 12 de outubro de 2010

SONETO DA CARNE REVELADA

Dos rios todos que brotavam dela,
Da fenda selvagem a seiva agridoce
Tingiu-me a língua da fêmea que pôs-se
Recôndita e vasta, puta e donzela.

Fizeram-se meus o que era seu corpo
— a nádega branca, o seio convulso —
E, à minha mão de homem, o seu pulso,
Que livrara-lhe exangue o próprio corpo.

Gravara-me às costas a fêmea que era
E seu verdadeiro nome ao meu peito.
Em troca, escrevi-lhe à carne inteira

O homem que seu sexo havia feito,
O macho cuja carne ela comera,
O verão de que fora primavera.

13/10/10

4 comentários:

alma disse...

sem palavras...aplaudo de pé.

bj

Carola disse...

Advinha porque gostei?
To começando a acreditar que você é mesmo jeitoso!
Saliente!
hehe!

Rebeca Xavier disse...

fiquei com vergonha kkkkkk
foi bom, hein =P

Ana Virgínia disse...

Caceta!