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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DELICADA

Ainda não sei atinar ao certo nas linhas do seu rosto
nem exatamente na cor dos seus olhos, ou no tamanho do seu cabelo.
Não sei direito, são indefinidos pontos no meio da névoa da minha lembrança.
Mas eu me lembro das suas mãos.
Lembro o cheiro de amêndoas que recendia da sua pele.
Lembro o cheiro e o sabor do seu hálito e como eram delicadas as suas mãos.
Lembro o quanto elas trabalhavam e como, ainda assim, eram delicadas.
As mãos que, nas minhas, disseram: "preciso ir";
e, delicadas como asas de borboletas, partiram.
Se não lhe desenho os traços exatos na necessidade de sua construção,
Se não lhe resguardei a exata figura,
ainda assim a tenho inteira, indissipável:
a sua delicadeza é o que me corre nas veias.

05/02/05

2 comentários:

Gabiii disse...

Que coisa linda!!Simples assim...

Rebeca Xavier disse...

e para sempre.