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quarta-feira, 7 de abril de 2010

INCONTÍVEL

a Rebeca Xavier,
a quem um passarinho, dentre os galhos de uma cerejeira em flor num final de tarde, roubou a imagem que vive dentro do sorriso.

Hoje, gostaria de ser o vento
ou um passarinho dos matagais, selvagem e incontível.
Gostaria de te olhar de esguelha
e partir disparado pelos galhos,
escamoteando-me, e, escondido,
roubar-te a imagem que vive dentro do teu sorriso.
De soslaios, aqui e ali,
meus rastros desenhados entre as folhas se te revelariam
— me buscarias?
Eu teria tua feição capturada
e o sangue a mover minhas asas
e a avermelhar meus olhos
— assim como a luz da aurora —
e a bater em meu peito.

Ao final, em troca do teu nome,
fugiria meu coraçãozinho de ave,
levando-me junto.
Pousaríamos um dia onde estivesses
e, ao teu lado, com um silvo suave, selvagem e incontível,
te faríamos parecer que o vento te conhecia
como conhece o mar e a montanha
que acaricia e veste, dizendo seus nomes.

20/09/09 (traduzido em 02/04/2010)

Um comentário:

Rebeca Xavier disse...

eu acho q eu to de TPM o.o
diabo pra chorar por td, to virando mulherzinha...nem!