Número de sílabas (desde 11/2008)

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sábado, 10 de outubro de 2009

Canción de las simples cosas



(Armando Tejada Gómez - César Isella)

Uno se despide insensiblemente de pequeñas cosas,
lo mismo que un árbol que en tiempo de otoño se queda sin hojas.
Al fin, la tristeza es la muerte lenta de las simples cosas,
esas cosas simples que quedan doliendo en el corazón.

Uno vuelve siempre a los viejos sitios donde amó la vida,
y entonces comprende como están de ausentes las cosas queridas.
Por eso, muchacho, no partas ahora soñando el regreso,
que el amor es simple, y a las cosas simples las devora el tiempo.

Demórate aquí, en la luz mayor de este mediodía,
donde encontrarás con el pan al sol la mesa tendida.
Por eso, muchacho, no partas ahora soñando el regreso,
que el amor es simple, y a las cosas simples las devora el tiempo.

domingo, 4 de outubro de 2009

LUTO NEGRO

Hoje, veste-me um luto negro
como é negro o sentimento de já não haver
quem lhe socorra o sangue de parar,
quem lhe acolha o rosto pesado e grave
do desencanto.
O incontestável da vida calou uma voz
que vinha da terra, das pedras, das raízes das árvores mais velhas,
que gemia a dor e laudava o orgulho de todo aquele
que já pisou sangrando o chão de sua terra.
Essa voz iniciou em mim o amor pela língua espanhola
com sua "Volver a los diecisiete" bem antes de que eu os tivesse.
Cantou em meu peito o orgulho de um povo que não é o meu, sendo-o.
Mostrou que as raízes de minhas árvores se entrelaçavam com as deles
e que era tudo o mesmo chão.
Todos os que ouviram a voz negra transformar em um povo os massacrados,
os enganados, os desterrados em sua própria pátria,
os pobres, os que têm a si mesmos crianças escondidas de medo
em seus próprios corações duros em face da crueldade do mundo,
todos esses, hoje, choram silenciosamente
nos olhos desses meninos, que tanto se acalantaram,
e se confortaram, e se engrandeceram a homens,
adormecendo em paz com a grave negrura daquela voz.
Os que ficaram sentem
que o mundo ficou pior
irremediavelmente.

Hoje é 4 de outubro de 2009,
e teve fim uma força da natureza
que cantou os desfavorecidos de um continente inteiro,
unindo-os sob a bandeira de seu próprio sangue
e seu coração americano.
Hoje, desapareceu Mercedes Sosa, La Negra.