Número de sílabas (desde 11/2008)

counter

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DA ESPERA DA CONCHA


Espero como a concha espera a onda no mar
Na beira, vem a onda
Ela lambe, afaga e quebra
E traz e leva e salga e fustiga
De carícias conjuntas e infinitas a concha
Que derrete, que dissolve e desaparece
Que, só querendo ser levada para longe, pra longe
É levada pra sempre
Na carne misturada da onda
Que é, na verdade, infinitas conchas
Que ainda esperam, vagando pelo mar
Espero como espera a concha
Que cochicha só, bivalve esquartejada,
Que cochila só no seu ofício de esperar

14/10/2007

Nenhum comentário: