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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O SILÊNCIO ENTRE AS PALAVRAS


Somos o silêncio entre as palavras
Quando falamos, quando nos descrevemos,
Quando nos decompomos no que julgamos ter cor e cheiro e gosto.

Somos as palavras que calamos.
Quando dizemos nuvem, a nuvem dentro de nós
Chove, desaba em torrentes, sombreia, navega…
Mas a nuvem dentro de nós não chove nem faz sombra
Porque ela é o que somos
E não sai ao mundo na palavra sombra nem na palavra chuva.

Eu sou o meu silêncio, o meu silêncio de mar, de nuvem, de pedra.
Eu sou o aço que dorme na pedra do meu silêncio.

Quando digo adeus, eu não sou o adeus,
Eu sou todas as palavras silenciosas, inexprimíveis,
As palavras ígneas do inferno do meu adeus.

19/04/08

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